A Esgrima Crioula é uma modalidade de combate corporal entre dois lutadores, possuindo sistematizações motrizes que visam a estocada no adversário, tendo a utilização do poncho/pala como elemento indispensável. Objetiva-se: investigar a origem e o desenvolvimento da Esgrima Crioula na região da fronteira gaúcha e compreender os processos histórico-sociais que permeiam-a e constituem-a no campo da Educação Física. A pesquisa foi desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Socioculturais em Desporto e Educação Física da UFSM. Foi realizado um garimpo bibliográfico em relação às publicações científicas sobre o tema, além de contatos com agentes e execução de entrevistas semi-estruturadas. Após discussões dentro do grupo de estudos, foram identificados conceitos tendo como base as sociologias constitucional e configuracional, de Pierre Bordieu e Norbert Elias, respectivamente. Afirma-se que ocorre uma disputa entre o monopólio da prática, caracterizando um desmerecimento do capital alheio em relação às relações envolvidas do campo da Esgrima. Após detectar uma mudança de hábitos nas manifestações da modalidade, ocorre um processo civilizatório, pois, especificamente na Argentina, a Esgrima Crioula saiu do contexto rural para o urbano a partir de duelos entre gangues. Em relação à Arte Marcial, é possível afirmar que a Esgrima Crioula não se encaixa nas suas definições contemporâneas, visto que se caracteriza como uma mistura de elementos técnicos possivelmente utilizados em guerra, mas sem a comprovação definitiva, logo, não há um criador. A partir do desenvolvimento e localização atual da modalidade, afirma-se a que a Esgrima Crioula ocupa diferentes espaços da Educação Física.

Palabras clave: Esgrima Crioula - Arte Marcial - Campo