Vivemos tempos de mudanças nas relações confirmadas através dos conflitos, violências e desrespeitos cotidianos. Características como individualismo, consumismo, imediatismo, fuga das responsabilidades estão substituindo valores antes considerados concretos como esforço, superação, permanência, compromissos duradouros, cooperação. Neste cenário o esporte tem sido proclamado, no senso comum, como uma excelente “ferramenta” para desenvolver valores morais que contribuem para a boa convivência, e, portanto, chamado a se contrapor aos hábitos vividos na contemporaneidade. No entanto, o número reduzido de estudos sobre este tema, sobretudo quando se trata de propostas de intervenção, indicam que esta relação ainda está mais no campo da especulação que no da pedagogia baseada em fundamentos científicos. Neste sentido, por meio da observação participativa, norteada pelo olhar etnográfico, esta pesquisa se desenvolveu por meio da intervenção no ensino do esporte (Judô) para contribuição na formação da personalidade moral de seus alunos, apresentando suas propostas, discutindo suas características e levantando os valores desenvolvidos a partir desta experiência, relacionando-se as características da Modernidade Líquida apresentadas por Bauman (2001; 2004) e as possibilidades de contrapontos do esporte identificadas na pesquisa, concluindo-se que o esporte pode representar ambiente propício para o desenvolvimento da personalidade moral, desde que siga características e critérios tratados de forma intencional e pedagógica.

Palavras-chave: moralidade, esporte, modernidade líquida