O esporte universitário brasileiro é um fenômeno que vem se estruturando em instituições públicas e privadas de ensino superior ao longo dos anos. Este trabalho aborda o esporte universitário, descrevendo e analisando um campeonato para ingressantes de uma grande universidade pública brasileira, as Calouríadas, realizadas anualmente na UNICAMP. Considerando que gênero é um marcador social de diferenças importante na relação dos sujeitos com o esporte e que pesquisas apontam expressivas desigualdades de gênero no acesso e no envolvimento com a prática esportiva no Brasil, bem como na ocupação de cargos de liderança, neste trabalho buscamos compreender como o gênero perpassa a prática esportiva competitiva organizada por jovens estudantes universitários. As análises focam em duas modalidades de esporte de invasão praticado com as mãos: handebol e basquetebol. A metodologia de pesquisa foi etnográfica, com a observação dos jogos realizados aos finais de semana entre abril e maio de 2024 e a realização de entrevistas semiestruturadas com sete estudantes. Estudantes destacam o acolhimento nas equipes e jogos. Desigualdades foram observadas no maior número de jogadores do que de jogadoras e nas habilidades esportivas, sendo mais aprimoradas nas equipes masculinas em relação às femininas, gerando assim uma maior jogabilidade. Por outro lado, a atuação em cargos de liderança técnica e de arbitragem ocorreu de modo mais igualitário, com a participação de homens e mulheres.

Palabras clave: esporte universitário – gênero – etnografia – juventude – esporte.